1. Mais memória, por favor
“Sou professora e, no meio da minha primeira gestação, percebi que não conseguia lembrar de alguns termos importantes durante as aulas! Sei que existe uma questão fisiológica para esse esquecimento na gravidez, mas também acredito que a sobrecarga mental da mulher nessa fase é intensa: ansiedade com o parto, falta de sono, mil preparativos… Não somos tão multifuncionais quanto dizem! Precisamos focar para ter bom desempenho.”
+ Rossana Soletti, 39 anos, de Tramandaí (RS), mãe de Marina, 7 anos, e de Lara, 6 | @maternidade.com.ciencia
“Durante a gravidez há um inchaço no corpo todo por causa do aumento da progesterona, inclusive no cérebro, o que pode causar essa falta de memória leve e temporária.”
Thalita Russo Domenich, ginecologista e obstetra
2. Balança, mas não cai
“A partir do sexto mês, manter o equilíbrio se tornou um desafio para mim - comecei a andar com as pernas um pouquinho abertas para não cair. Conforme a barriga foi crescendo, ficou complicado fazer até tarefas simples, como me depilar e amarrar os tênis. Também notei que perdi a agilidade, e o cansaço logo aparecia. Acho que, para atravessar essa fase com mais tranquilidade, a gestante deve ouvir o corpo, respeitar os limites dele e pedir ajuda sempre que necessário.”
+ Fernanda Parizoto, 29 anos, de Joinville (SC), mãe de Anthony, 1 ano e 4 meses | @fernandaparizoto.psicologa
“De fato, o eixo gravitacional do corpo muda com o peso da barriga e existe uma acentuação da lordose lombar. Com isso, a grávida pode realmente perder o equilíbrio. O ideal, então, é sempre andar devagar, sem salto alto e fazer atividade física, como ioga ou pilates.”
Thalita Russo Domenich, ginecologista e obstetra
3. Cinderela às avessas
“Apesar dos enjoos, tive uma gravidez tranquila. Não engordei muito, mas percebi que os meus pés aumentaram de tamanho – na verdade ficaram mais largos! Como fazia calor no fim da gestação, achei que era natural estar um pouco mais inchada... Quando meu filho já estava com alguns meses, me dei conta de que todos os meus sapatos ficavam apertados. Pulei do tamanho 37 para o 38. Agora é só sapato larguinho. Mamãe de escarpim? Nunca mais!”
+ Angela Chinellato, 44 anos, de Campinas (SP),mãe de Antonio Luiz, 7 anos
“Geralmente o ganho de peso e o inchaço contribuem para o aumento dos pés a ponto de mudar, sim, a numeração do calçado. De qualquer forma, o ideal é usar sapatos baixos, que não apertem e garantam conforto e estabilidade.”
Thalita Russo Domenich, ginecologista e obstetra
4. Sono X Insônia
“No primeiro trimestre, sentia tanto sono que costumo dizer que não dormia, eu desmaiava. É uma sensação bizarra, que consome toda a nossa energia. Como sou psicóloga, se tinha dez minutos de intervalo entre as sessões, dormia profundamente. Já nos últimos meses de gestação, eu tinha uma raiva profunda quando as pessoas me falavam ‘aproveita para dormir’. Com o barrigão, não conseguia ficar deitada direito, a coluna doía, a azia incomodava, a ansiedade deixava a cabeça a mil... O que mais me ajudou foi me exercitar.”
+ Andréa de Góes Ribeiro, 35 anos, de São Paulo, mãe de Maya, 4 anos | @maternidade.poetica
“No início da gestação, o sono intenso acontece por causa do aumento da progesterona. No final, a barriga prejudica uma noite inteira de descanso. Melhor usar dois travesseiros para elevar o tronco e dormir virada para o lado esquerdo, o que libera a veia cava, responsável pelo retorno venoso e pela oxigenação.”
Thalita Russo Domenich, ginecologista e obstetra
5. A bolsa estourou?
“Quando ouvia dizer que fulana entrou em trabalho de parto, logo imaginava a cena clássica de novela: a bolsa estourando e aquela aguaceira. Comigo foi diferente. Primeiro, notei a presença de uma secreção amarelada na calcinha, o tampão mucoso. Depois, à noite, levantei para ir ao banheiro, senti um estalo vindo de dentro e, imediatamente, minha calcinha ficou úmida. Pensei: será que minha bolsa estourou? Só molhou a calcinha! Cadê aquela água toda? Na maternidade, o médico constatou que eu já estava com 5 centímetros de dilatação. Talvez, se eu tivesse esperado aquele rompimento que molha o chão, minha filha teria nascido em casa.”
+ Tatiana Cassiano, 39 anos, de São Paulo, mãe de Lis, 5 meses
“O trabalho de parto é definido como três contrações regulares de média intensidade em 10 minutos. A bolsa pode estourar e induzir o trabalho de parto, pode estourar durante o trabalho de parto ou no parto. Não há uma regra! Já a saída do tampão mucoso tem relação com a dilatação do colo do útero.”
Thalita Russo Domenich, ginecologista e obstetra
6. Mais ou menos libido
“Apesar de não me sentir bonita grávida, não tive nenhum problema em manter relações com meu marido até a 38a semana de gestação. A gente inventava as posições. Onze meses após o parto, engravidei novamente. Era o começo da pandemia e me sentia muito cansada com os cuidados com a Olívia. Tudo isso mexeu com a minha cabeça e, dessa vez, não tive tanto desejo.”
+ Larissa Coutinho de Macedo Calegaro 29 anos, de São Paulo, mãe de Olívia, 2 anos, e de Heitor, 8 meses
“É natural perceber uma oscilação da libido nessa fase. Além da questão hormonal, algumas mulheres não se sentem seguras em manter relações sexuais com o barrigão. Mas não existe nenhuma contraindicação de posição – a de lado pode ser mais confortável no fim da gestação.”
Thalita Russo Domenich, ginecologista e obstetra
7. Se palpite fosse bom...
“Meus filhos têm 12, 10 e 9 anos, uma escadinha, então imagine a quantidade de julgamentos pelos quais eu passei. Quando tive meu caçula, cheguei a escutar que era melhor alimentá-lo com fórmula, porque eu não teria mais leite por já ter amamentado outras duas crianças! Com tanto palpite, muitas vezes me senti insegura. Mas, hoje, com filhos quase adolescentes, entendo que está tudo bem não saber tudo: nós, mães, temos o direito de errar.”
+ Tatiane Braga Cardoso, 34 anos, de São Paulo, mãe de Anna Lucia, 12 anos, de Alícia, 10, e de Nicolas, 9
“Procure o pediatra para garantir uma orientação segura. A opinião de amigos e familiares costuma ser bem intencionada, mas muitas vezes é incorreta. Buscar informações na internet também não é uma boa alternativa, pois elas nem sempre são confiáveis.”
Patrícia Terrível, pediatra e neonatologista
8. Acidentes (lácteos) acontecem
“Principalmente no início da amamentação, rolaram muitos vazamentos, porque tive bastante leite. Na primeira saída sem minha filha, esqueci de pôr o protetor de seios, e, então, a blusa começou a ficar com dois círculos molhados. Já aconteceu isso em um evento importante de trabalho, mas tudo bem: eu reajo com naturalidade e bom humor! Não me preocupo muito com o que vão pensar. Esse tipo de situação sempre rende uma boa história para contar.”
+ Luiza Souza, 36 anos, de São Paulo, mãe de Stella Nour, 2 anos, e de Sophie Amar, 3 meses | @luizamsouza
“Quando a mãe tem excesso de leite, ele pode esguichar do seio. Mas vale ressaltar que isso se equilibra em torno do terceiro mês. De qualquer forma, algumas orientações devem ser seguidas: usar um sutiã com boa sustentação, evitar fricções nas aréolas, não pular mamadas e ordenhar o leite manualmente, caso seja necessário.”
Hamilton Robledo, pediatra
9. Quanta fralda!
“Nestes primeiros dias de vida da Anna Clara, tenho observado que ela só acorda para mamar e fazer cocô. As fezes dela, aliás, já deixaram de ser esverdeadas e agora adquiriram um tom amarelo. E haja troca de fralda! Minha filha está usando uma média de seis por dia. Sou eu quem cuida dessa tarefa, pois quero construir um vínculo forte com ela desde cedo. Estou ficando craque nesse assunto.”
+ Ítalo Santos, 33 anos, de São Paulo, pai de Anna Clara, 16 dias
“O mecônio, nome dado às primeiras fezes do bebê, tem uma coloração verde-escura. De aspecto espesso e pegajoso, essa massa é eliminada em 48 a 72 horas de vida. Por volta do terceiro dia, à medida que o recém-nascido se alimenta, as fezes ficam líquido-pastosas e amareladas.”
Cecília Tartari, pediatra e neonatologista
10. A arte de amamentar
“Amamentar não é aquela paz de anúncio. A gente imagina que o bebê se encaixa perfeitamente no seio da mãe, que está linda e plena. Mas, no início, a pega costuma ser difícil. Ainda na sala de descanso do parto, a enfermeira me ajudou a posicionar a bebê do jeito certo. Senti um choque assim que ela sugou o leite. Em casa, os dias seguiram com muito choro da Laura, peito e quase choro da mãe na hora de alimentá-la – isso a cada 2 horas durante o dia e a madrugada! Amamentar não é um mar de rosas. É bom. Mas ninguém conta da dor e da cobrança vinda de todos os lados.”
+ Ana Letícia de Almeida, 33 anos, de São Paulo, mãe de Laura, 1 ano e 5 meses
“A amamentação é um ato natural, mas precisa ser ensinado, incentivado e supervisionado. Por isso, hoje lutamos pela participação do pediatra no pré-natal: na 32a semana de gestação, esse profissional poderá abordar vários temas importantes, como a pega correta, e mostrar que a futura mamãe consegue, com cuidado e ajuda, amamentar.”
Hamilton Robledo, pediatra
11. Amor passo a passo
“Na gravidez da Sofia, me conectei muito com a barriga. Adorava estar grávida, achei que o amor pela minha filha seria instantâneo, mágico, avassalador! Mas ela nasceu e eu estava tão exausta do trabalho de parto, meio em choque, que o amor louco não apareceu. Isso foi motivo de tanta culpa... Descobri que essa relação não é imediata – e está tudo bem. O amor de mãe cresce, amadurece e se fortalece nos cuidados com o bebê.”
+ Marina Campos Navarro Leal, 28 anos, de São Paulo, mãe de Sofia, 2 anos, e grávida da Júlia
“Como é no início da vida do bebê que ocorre o baby blues, a mãe pode estar mais melancólica, o que dificulta o vínculo com esse novo ser. Sem falar de toda mudança na rotina e do trabalho exaustivo com o recém-nascido. Com o passar do tempo, o amor vai se fortalecendo.”
Thalita Russo Domenich, ginecologista e obstetra
12. Sem medo da cólica
“Quando esse desconforto aparece, procuro manter a calma para conseguir ajudar o Kaleo, meu caçula. Uma coisa que funciona é dobrar as perninhas dele em direção ao abdome. O choro das cólicas pode deixar a família toda tensa. Mas só o fato de pegar o bebê no colo e deixá-lo aquecido já o tranquiliza. É mais um momento de conexão com meu filho.”
+ Maurício Maruo, 45 anos, de São Caetano do Sul (SP), pai de Jasmim, 5 anos, e de Kaleo, 1 mês | @paternidadecriativa
“A cólica pode surgir já na primeira semana de vida e costuma durar até os 3 meses. Ela acontece porque o intestino ainda está aprendendo a trabalhar. Os pais podem fazer uma massagem na barriga, no sentido horário, ou pôr uma bolsa térmica na região.”
Patrícia Terrível, pediatra e neonatologista
13. Manual de instruções
“Assim que a Helena nasceu, fiquei com várias dúvidas – e fico até hoje. Ela faz alguns barulhinhos, às vezes tem soluço e espirros, alguns reflexos com as mãozinhas... A qualquer sinal, me pergunto: será que isso é normal? Aos poucos, fui aprendendo os macetes de como cuidar dela. É claro que, qualquer coisa mais persistente, consulto o pediatra, mas fui aprendendo com ela qual o caminho a seguir.”
+ Natalia Cuminale, 34 anos, de São Paulo, mãe de Helena, 4 meses
“Recém-nascidos soluçam, pois a respiração ainda é imatura. Nos primeiros dias, espirram bastante para eliminar resíduos do líquido amniótico. Tudo isso é normal, assim como o Reflexo de Moro: o bebê, de repente, estica braços e pernas e depois os encolhe.”
Hamilton Robledo, pediatra
14. Pele de bebê
“Minha primeira filha teve algumas casquinhas no couro cabeludo quando recém-nascida. Essas descamações podem assustar os pais, mas são supernormais. Uma boa dica, que funcionou para mim, é marcar uma consulta com o pediatra antes do parto. Ele me explicou bastante coisa, inclusive sobre a pele do bebê, e aproveitei para tirar todas as minhas dúvidas.”
+ Michelle Martins de Oliveira, 39 anos, de Lauro de Freitas (BA), mãe de Thais, 4 anos, e de Luana, 2 | @mamaesbaianas
“No útero, a pele do bebê fica coberta por uma gordura chamada vérnix, que o protege do líquido amniótico. Conforme a gravidez avança, essa cerinha vai sendo absorvida. Por isso, a pele dele pode ser mais ressecada e avermelhada, às vezes com bolinhas e descamações.”
Cecília Tartari, pediatra e neonatologista
15. Na hora de se separar
“Até agora o maior desafio da maternidade está sendo retornar para o mercado de trabalho. Fico muito ansiosa em deixar o Bernardo sozinho, e não tenho rede de apoio da minha família na minha cidade. Mas programei minha gestação justamente para acompanhar o desenvolvimento dele. Como sou modelo e faço conteúdo digital, procuro ser criativa e incluí-lo na minha rotina profissional. Levo ele junto para fazer fotos ou gravo vídeos em que ele possa participar.”
+ Vivian Jorge Braz, 30 anos, de Campo Grande, mãe de Bernardo, 4 meses | @vivianjorgeonline
“Para que o bebê lide melhor com a separação, a mãe precisa transmitir tranquilidade. Explique a ele, mesmo que ainda não entenda, o que está acontecendo e diga sempre que todos estão bem.”
Patrícia Terrível, pediatra e neonatologista
16. Uma cama para três
“Normalmente esperamos o Apolo adormecer e, depois, o levamos para o quarto dele. Mas, se estamos muito cansados, a família dorme junto. Fico naquele estado de vigília, com medo de que meu filho caia da cama. Durmo de lado, imóvel, e acordo com dor nas costas! Mas não reclamo: sinto que é uma fase em que ele está buscando acolhimento. Não acho que ele ficará inseguro por causa disso.”
+ Humberto Baltar, 40 anos, do Rio de Janeiro, pai de Apolo, 2 anos | @paispretos
“Quando o bebê ainda mama no peito, compartilhar a cama é bem-vindo (com medidas de segurança). Depois, o ideal é que a criança durma no próprio quarto, para estimular a independência dela. Mas não há regra: depende do quanto o coleito interfere na vida do casal.”
Patrícia Terrível, pediatra e neonatologista
17. Os primeiros dentinhos
“Percebi que a Maria Cecília ficou irritada quando os primeiros dentes começaram a despontar - além de chorar mais, ela teve um episódio de febre e diarreia. O bom é que essa fase passa rápido, então acho que as crianças não sofrem tanto. Para amenizar o desconforto da minha filha, oferecia fruta gelada, porque o frio alivia a dor, e aplicava uma pomada analgésica nas gengivas.”
+ Karina Mancini, 33 anos, de Colombo (PR), mãe de Maria Cecília, 2 anos
“Os primeiros dentinhos podem surgir dos 7 meses a 1 ano e meio. Quando isso acontece, o ideal é começar a escová-los e já consultar um odontopediatra. Se o bebê ficar muito irritado, o profissional pode indicar uma medicação.”
Cecília Tartari, pediatra e neonatologista
18. Virose... de novo
“Meu caçula começou a frequentar a escola quando fez 1 ano e, a partir então, já pegou muitas viroses – chegou a ficar uma semana em casa! Os sintomas são parecidos com os da gripe - às vezes também aparecem febre e diarreia. Quando o quadro sai do comum, procuro o pediatra. Percebo que a imunidade do Gabriel é mais frágil do que a do Miguel, meu primeiro filho, que entrou na escola só com 2 anos e meio. Quando eles adoecem, tento ficar calmo para que os meninos não sintam que estou preocupado. Também capricho na atenção e no carinho.”
+ Pablo Deyber, 29 anos, de Senador Canedo (GO), pai de Miguel, 3 anos, e de Gabriel, 1 | @paternidadeincrivel
“Até os 2 anos, é normal que as crianças que vão à escola fiquem doentes com mais frequência, porque a imunidade ainda está se fortalecendo. O melhor que os pais podem fazer é oferecer uma dieta natural e variada, garantir os banhos de sol, para que a vitamina D seja produzida, e não deixar os pequenos em ambientes excessivamente limpos em casa. Suplementos só devem ser usados se o pediatra recomendar.”
Cecília Tartari, pediatra e neonatologista
19. Adeus, fralda!
“O desfralde do Pedro aconteceu aos 2 anos e foi mais fácil do que eu e minha esposa imaginávamos. Nos meses anteriores, ele nos acompanhava nas idas ao banheiro – a gente explicava por que estava ali e 'dava tchau' na hora da descarga. Assim que meu filho se incomodou com a fralda, passamos a colocá-lo no penico ou no redutor de assento. Depois de muito treino, o deixamos sem fralda por uma semana – deu certo! Mas, até a criança dominar a técnica, acidentes são normais. Uma vez meu filho fez cocô na água da banheira - não sabia se limpava o Pedro ou o banheiro primeiro, foi uma loucura!”
+ Espedito Sousa, 37 anos, de Resende (RJ), pai de Pedro, 3 anos, e esperando João | @paisemmais
“Não existe uma idade certa para a criança abandonar a fralda – tudo depende da maturidade de cada uma. De modo geral, o desfralde acontece a partir dos 2 anos. Quando o filho começa a avisar que fez xixi ou cocô, os pais podem incentivar o uso do penico, mostrar livrinhos temáticos, levá-lo ao banheiro junto com eles... Também é importante não brigar se ocorrer algum acidente de percurso.”
Cecília Tartari, pediatra e neonatologista
20. Degustando o mundo
“Quando a criança começa a explorar o mundo, é normal que ela mexa no órgão genital. Faz parte do processo de autoconhecimento, não tem malícia. Aqui em casa isso aconteceu na época do desfralde dos meninos. A gente não ignora a cena, trata sempre da forma mais natural possível, perguntando coisas do tipo 'quer fazer xixi?' ou 'está com coceira?'.”
+ Glícia Lins, 40 anos, do Recife, mãe de Kael, 2 anos
“A partir dos 4 meses até os 2 anos, faz parte do desenvolvimento pôr tudo na boca – as crianças exploram o mundo assim. Mas os pais precisam tirar do alcance delas objetos que podem causar acidentes, como moedas, tampinhas e peças pequenas de brinquedos.”
Cecília Tartari, pediatra e neonatologista
21. A descoberta do próprio corpo
“Quando a criança começa a explorar o mundo, é normal que ela mexa no órgão genital. Faz parte do processo de autoconhecimento, não tem malícia. Aqui em casa isso aconteceu na época do desfralde dos meninos. A gente não ignora a cena, trata sempre da forma mais natural possível, perguntando coisas do tipo 'quer fazer xixi?' ou 'está com coceira?'.”
+ Leandro Nigre, 38 anos, de Presidente Prudente (SP), pai de João Guilherme, 9 anos, de João Rafael, 4, e de Maria Vitória, 8 meses | @papaieduca
“A descoberta do próprio corpo pode coincidir com o período do desfralde e costuma provocar uma sensação agradável. Quando presenciarem esse tipo de situação, os pais não precisam valorizar demais a cena nem brigar com o pequeno, só oriente a não fazer em público.”
Patrícia Terrível, pediatra e neonatologista
22. Aprendiz de alpinista
“Quando tinha 2 anos, minha filha mais velha subiu no sofá, caiu e quebrou a clavícula. Ficamos muito assustados, fomos ao hospital, e, para nosso alívio, ela não precisou de gesso, só uma tipoia. E não é que em 15 dias a Duda já estava pronta para outra? Vale comprar meias antiderrapantes, garantir a segurança no berço, ficar longe de escadas... Só não adianta ficar muito paranoico.”
+ Fernando Dias, 41 anos, de Belo Horizonte, pai de Eduarda, 10 anos, e de Gabriela, 8 | @cursovouserpai
“Adotar medidas de segurança no ambiente doméstico é fundamental. O berço deve ter grades protetoras e ficar longe de janelas. Nunca deixe o bebê sozinho no trocador e tome cuidado com baldes de água, pois a criança pode cair dentro dele e até se afogar.”
Cecília Tartari, pediatra e neonatologista
23. O poder do exemplo
“É engraçado como os pequenos prestam atenção em tudo o que os pais fazem! Alguns meses atrás, minha esposa estava comendo algo com queijo ralado e ficou engasgada. Para ajudá-la, dei uns tapinhas nas costas dela. A Maitê, que estava brincando com uma colega, viu a cena e não teve dúvidas: quando a menina tossiu, foi lá e bateu – com uma força exagerada, diga-se – nas costas da amiga!”
+ Eduardo Teruszkin, 31 anos, do Rio de Janeiro, pai de Maitê, 3 anos | @afamiliaterapia
“Com 2 anos, os filhos costumam imitar as falas, as atitudes e os gestos dos pais porque estão começando a construir a própria identidade, aprendendo mais sobre o mundo e testando seus limites.”
Cecília Tartari, pediatra e neonatologista
24. Não, não e não!
“Manu está naquela fase em que as crianças contrariam os pais: não quer pôr o cinto da cadeirinha do carro, não quer tomar banho, não quer vestir a roupa que sugerimos… Aliás, agora minha filha só quer usar vermelho, porque ama o Homem-Aranha! Num momento de birra, a Manu já chegou a rolar no chão do shopping: ela queria fechar o zíper da roupa dela sozinha. Seja qual for a situação, respiro fundo e explico por que estou agindo dessa ou daquela maneira. Acredito que o diálogo é a melhor saída.”
+ Daniel Siqueira, 34 anos, de Goiânia, pai de Manuela, 2 anos e 9 meses | @paimaneiro_
“A birra é um comportamento normal dos 2 anos – em inglês essa fase tem até um nome específico: terrible two. Nos momentos em que o pequeno chora, grita e enfrenta os pais, seja paciente e lembre-se de que ele ainda está se desenvolvendo emocionalmente. Não adianta brigar ou pôr de castigo – a solução é acolher a criança de forma amorosa, explicar a realidade para ela e esperar a crise passar.”
Cecília Tartari, pediatra e neonatologista