Você conhece o Dezembro Laranja?
“Se exponha, mas não se queime”. Esse é o tema da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele deste ano, que acontece sempre no último mês do ano, batizado de Dezembro Laranja. Criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) em 2014, a ação tem como objetivo incentivar a prevenção e o diagnóstico do câncer da pele, o tipo da doença mais incidente no Brasil. São cerca de 180 mil novos casos todos os anos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
“A alta incidência se deve ao elevado índice de radiação ultravioleta que incide no Brasil, por ser um país tropical. Além disso, a proteção solar costuma ser inadequada ou inexistente e cerca de 50% da população brasileira têm pele branca”, explica Leonardo Abrucio Neto, dermatologista do Hospital Santa Catarina.
O que é o câncer de pele?
Assim como na maioria dos casos de câncer, o diagnóstico precoce do câncer de pele é muito importante para a sua cura. A identificação é feito principalmente pelo exame clínico, e os sintomas mais comuns são:
- • Ferida que não cicatriza;
- • Nódulo endurecido e brilhante que cresce expressivamente;
- • Pinta que muda de aspecto, de bordas, de coloração, e que aumenta de tamanho, sangra, coça ou dói;
- • Nódulo escuro, que surge de repente e aumenta rapidamente de tamanho sinal do “patinho feio”, ou seja, uma pinta diferente, com relação à cor ou forma, comparada às demais.
Junto com o exame clínico, pode ser feita também a dermatoscopia, um procedimento que amplia até 20 vezes a imagem da pele e ilumina a área, o que facilita a visualização da área afetada. “Na suspeita de tumor deve ser feita, sempre que possível, a retirada cirúrgica e o envio do material para exame”, recomenda o médico.
O tratamento depende de cada caso e deve ser indicado e acompanhado por um especialista. Além da retirada da lesão ou tumor, por meio de curetagem ou cirurgia, por exemplo, também pode ser necessário fazer quimioterapia e imunoterapia.
Cuidados para prevenção
A precaução mais importante para evitar a doença e estar sempre protegido é usar filtro solar. O fator de proteção deve ser igual ou maior do que 30, e o produto precisa ser usado mesmo em dias nublados. Afinal, a radiação consegue atravessar as nuvens. É preciso passar o protetor cerca de 30 minutos antes de sair ao sol, e repassá-lo a cada duas horas. Se suar demais ou entrar na água, a reaplicação deve ser imediata.
Vale lembrar que é recomendado evitar o período das 9h às 15h no horário de verão, que é quando há maior concentração dos raios mais perigosos. “O uso de boné, chapéu, guarda-sol, óculos e, se possível, roupas com proteção solar é muito importante pelo bloqueio físico da radiação solar”, recomenda o especialista.
Outro cuidado essencial é evitar o uso de limão, tangerina, maracujá e figo, além da aplicação de perfumes antes de sair ao sol. Eles podem provocar manchas e bolhas na pele. Crianças só devem ser expostas ao sol a partir dos seis meses, quando também passa a ser seguro aplicar protetor solar.
Durante o mês da campanha, a Sociedade Brasileira de Dermatologia convida a população a compartilhar nas redes sociais uma foto vestindo uma peça de roupa laranja com a hashtag #dezembrolaranja.