Cortisol: O hormônio do estresse que pode ser vilão ou mocinho

Isabelle Macedo Cabral

Cortisol: O hormônio do estresse que pode ser vilão ou mocinho

O cortisol é um hormônio esteroide produzido pelas glândulas adrenais, localizadas acima dos rins. Conhecido como “hormônio do estresse”, ele é essencial para nossa sobrevivência. Em situações normais, funciona como um modulador vital do organismo, regulando funções como metabolismo, sistema imunológico, pressão arterial, níveis de glicose no sangue e até o ciclo circadiano. 

O problema surge quando os níveis de cortisol permanecem elevados por longos períodos, tornando-o prejudicial à saúde. 

Como o cortisol age no corpo 

O cortisol segue um ritmo circadiano natural: Entre às 6 horas e 8 horas da manhã é quando ocorre o pico matinal, para nos energizar. Por volta do meio-dia temos uma redução gradual do hormônio no corpo. Já, chegando a noite, é quando temos os níveis mais baixos, para permitir o sono reparador. 

Em situações de estresse agudo, o eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal) é ativado, liberando cortisol para preparar o corpo para “lutar ou fugir”: 

  • Aumenta a glicose no sangue para energia rápida 
  • Melhora a função cerebral e muscular 
  • Suprime funções não essenciais (como digestão e reprodução) 

Benefícios do cortisol 

Ele tem uma má fama mas, quando em equilíbrio, o cortisol é extremamente benéfico para nosso corpo, ajudando em: 

  • Regulação do metabolismo 
  • Ação anti-inflamatória 
  • Controle do estresse 
  • Manutenção da pressão arterial 
  • Contribuição para a memória e aprendizado 

Malefícios do cortisol elevado crônico 

Quando o corpo está sempre estressada, o cortisol fica em um estado elevado crônico, e isso traz diversos malefícios, como: 

  • Ganho de peso (especialmente na região abdominal) 
  • Comprometimento da função imunológica 
  • Problemas de sono e insônia 
  • Ansiedade e depressão 
  • Dificuldade de concentração e “névoa mental” 
  • Alterações na libido 
  • Problemas digestivos 
  • Aumento do risco de doenças cardiovasculares 

Quais os sintomas de cortisol alto? 

Fadiga crônica, ganho de peso, irritabilidade, dificuldade para dormir, ansiedade e baixa imunidade. 

Como controlar os níveis de cortisol: estratégias comprovadas 

Rotina de sono consistente 

Durma de 7 a 8 horas por noite e procure manter um horário regular para dormir e acordar. 

Prática de exercícios moderados 

Yoga, pilates e caminhadas são especialmente benéficos. Mas exercícios de cardio e força também ajudam no controle. Apenas evite exercícios intensos em excesso, pois eles podem desregular o hormônio quando não-moderados. 

Técnicas de relaxamento 

Meditação e mindfulness, respiração profunda e banhos relaxantes estão entre as estratégias para fazer o hormônio se autoregular. 

Alimentação balanceada 

Além de comer fontes saudáveis e proteínas e carboidratos (especialmente os integrais), evitar o consumo de cafeína em excesso, procure incluir alimentos ricos em ômega-3 na sua dieta e mantenha níveis adequados de vitamina C e magnésio. 

Gestão do tempo e prioridades 

Além das dicas acima, é importante saber estabelecer limites claros às pessoas à sua volta, evitando assim os picos crônicos de cortisol. Pratique dizer “não” quando está sobrecarregado e faça pausas regulares durante o dia de trabalho. 

Quando Buscar Ajuda Médica 

Procure um endocrinologista se apresentar sintomas persistentes de fadiga, alterações significativas de peso sem causa aparente, dificuldade de controle do estresse e problemas de sono que não melhoram com mudanças de hábitos. 

O cortisol não é um vilão – é um hormônio essencial que, quando em desequilíbrio, precisa ser compreendido e regulado. 

Fontes Consultadas: 

 

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