
Câncer de Próstata: saiba tudo sobre a doença
Isabelle Macedo Cabral

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Apesar de ser uma doença séria, o diagnóstico precoce torna a maioria dos casos perfeitamente tratável. Este guia reúne tudo o que você precisa saber para entender a doença, desde os primeiros sinais até as opções de tratamento.
O que é a Próstata e o que é o Câncer?
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, localizada abaixo da bexiga e à frente do reto. Sua função é produzir parte do sêmen. O câncer de próstata ocorre quando as células dessa glândula começam a se multiplicar de forma desordenada e anormal.
Em sua fase inicial, a doença é silenciosa e cresce lentamente. Por isso, a conscientização e os exames de rotina são fundamentais.
Fatores de Risco
Alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolver a doença:
- Idade: O risco aumenta significativamente após os 50 anos.
- Histórico Familiar: Homens com pai ou irmão que tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos têm risco de 3 a 10 vezes maior.
- Raça: Homens negros têm maior incidência e costumam desenvolver a doença de forma mais agressiva.
- Obesidade: Estar acima do peso está associado a um risco maior de desenvolver formas mais agressivas da doença.
Sintomas do Câncer de Próstata
Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas. Quando eles aparecem, geralmente indicam que a doença já está em um estágio mais avançado. Os sinais podem ser confundidos com o crescimento benigno da próstata (HBP) e incluem:
- Dificuldade para urinar.
- Fluxo urinário fraco ou interrompido.
- Vontade frequente de urinar, principalmente à noite.
- Sangue na urina ou no sêmen.
- Dor óssea (em casos de metástase).
Importante: A presença de sintomas não confirma a doença, e a ausência deles não a descarta. A visita regular ao urologista é imprescindível.
Diagnóstico Precoce: quais exames fazer
O diagnóstico é feito a partir de uma combinação de exames. A decisão de quando começar a fazê-los deve ser discutida com um urologista.
- Exame de PSA (Antígeno Prostático Específico): Exame de sangue que mede a dosagem de uma proteína produzida pela próstata. Níveis elevados podem indicar uma anormalidade, mas não confirmam o câncer, pois outras condições (como HBP ou prostatite) também elevam o PSA.
- Toque Retal: Exame rápido e fundamental no qual o médico avalia o tamanho, forma e textura da próstata. É essencial para detectar nódulos suspeitos que o exame de PSA não identifica.
Se houver alguma alteração nesses exames, o médico pode solicitar:
- Ressonância Magnética Multiparamétrica: Para visualizar a próstata com mais detalhes e identificar áreas suspeitas.
- Biópsia: Procedimento no qual são coletadas amostras de tecido da próstata para análise em laboratório. É o único método que confirma o diagnóstico de câncer.
Tratamento
A escolha do tratamento é personalizada e depende de vários fatores, como estágio da doença, idade do paciente, estado de saúde geral e preferências pessoais.
- Para Cânceres de Baixo Risco (Localizados e de Crescimento Lento):
- Vigilância Ativa: Monitoramento rigoroso do câncer com exames regulares, adiando tratamentos mais invasivos para evitar efeitos colaterais desnecessários.
- Prostatectomia Radical: Cirurgia para remoção total da próstata.
- Radioterapia: Uso de radiação para destruir as células cancerígenas.
- Para Cânceres Localmente Avançados ou Avançados:
- Terapia Hormonal (Bloqueio Androgênico): Tratamento que visa reduzir os níveis de hormônios masculinos (andrógenos) que alimentam o crescimento do câncer.
- Quimioterapia: Utilizada quando o câncer não responde mais à terapia hormonal.
- Outras Terapias: Imunoterapia e medicamentos radio farmacêuticos são opções para casos específicos.