Vacina contra herpes zoster: esclarecemos as principais dúvidas

GSK

Vacina contra herpes zoster: esclarecemos as principais dúvidas

Conhecida pela dor extrema, até mesmo pior que a do parto, o herpes zóster é mais comum em pessoas acima de 50 anos ou que possuam algum comprometimento no sistema imune. A boa notícia é que há vacina para prevenir a doença. Recentemente, chegou ao país um novo imunizante com mais benefícios de proteção. 

Abaixo, esclarecemos as principais dúvidas sobre a vacina contra o herpes zoster e quais cuidados se deve ter para uma imunização segura. 

Tipos de vacina contra o herpes zoster

O herpes zoster é consequência da contaminação do vírus da catapora, ainda na infância ou adolescência. “Depois que a catapora é curada, o vírus fica nos gânglios nervosos da coluna, e quando a pessoa tem algum episódio de imunossupressão esse vírus é reativado na forma de herpes zoster”, explica Roberto Debski, médico clínico geral.  

A doença é caracterizada por lesões na pele dolorosas, principalmente nas costelas, abdômen e tórax, mas pode acometer outras regiões também. Um dos principais sintomas é a dor que permanece mesmo após a cicatrização das lesões, comprometendo a qualidade de vida do paciente. 

Vírus atenuado

Até 2022, só existia um tipo de vacina contra a doença, que utilizava o vírus atenuado e era recomendada apenas para pessoas acima dos 50 anos. Contudo, esse tipo de vacina excluía pessoas de grupos de risco, como aquelas que possuem imunossupressão, um comprometimento no sistema imune. 

Vacina recombinante

Este ano chegou ao Brasil a vacina contra herpes zoster recombinante inativada, a Shingrix, do laboratório GSK. Com vírus inativado, essa vacina é mais segura e, por isso, é recomendada também para pessoas de grupo de risco acima dos 18 anos e pacientes imunocomprometidos. 

A vacina possui mais de 97% de eficácia, enquanto a anterior contava com aproximadamente 70% de cobertura. Outra vantagem é a durabilidade: a versão atual oferece 10 anos de imunização contra 3 anos do imunizante antigo. Além disso, deve ser administrada em duas doses. “Em geral, a vacina é recomendada acima dos 50 anos, mas também para pessoas de grupos de risco ou que já tiveram herpes zoster”, conta Roberto.

Ambas as vacinas estão disponíveis em clínicas particulares de vacinação. 

Existe alguma contraindicação?

Para a nova vacina recombinante, a única contraindicação é histórico de hipersensibilidade grave a componentes da fórmula ou a dose anterior do imunizante. 

Já a vacina com vírus inativado não é indicada para gestantes, pessoas com tuberculose ativa não tratada, alergia grave a algum componente da vacina e imunodeprimidos. 

Cuidados antes de se vacinar

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações, alguns cuidados devem ser tomados antes da vacinação com o novo imunizante. 

Vacina recombinante

  • Transplantados de medula óssea: iniciar o esquema de seis a 12 meses após o transplante.
  • Receptores de transplantes de órgãos sólidos: vacinar preferencialmente antes do transplante, com intervalo mínimo de quatro semanas entre as doses. Se não for possível, aguardar de seis a 12 meses após o transplante, de preferência após redução na dose de drogas imunossupressoras e na ausência de doença do enxerto contra hospedeiro (rejeição). 
  • Pacientes com câncer: vacinar preferencialmente antes do início da quimioterapia, tratamento com imunossupressores, radioterapia ou esplenectomia. Se não for possível, avaliar melhor o momento e dar preferência para quando a imunossupressão mais intensa tiver cessado.
  • Pacientes em uso de anticorpos monoclonais (anticélulas B, como rituximab, por exemplo): iniciar esquema pelo menos quatro semanas antes da próxima dose do anticorpo.
  • Pacientes vivendo com HIV/Aids: pacientes em pior estado imunológico e HIV devem ser vacinados, ainda que a resposta à vacina não seja tão satisfatória. Cabe ao médico avaliar o momento mais oportuno para a vacinação.
  • Pacientes com doenças autoimunes: preferencialmente, administrar a vacina antes de iniciar o tratamento de imunossupressão. 

Eu posso desenvolver a doença se tomar a vacina?

Não, a vacina recombinante utiliza o vírus inativado, logo não há risco de desenvolver a doença. Na vacina mais antiga, que utiliza o vírus atenuado, há o risco para pessoas com imunossupressão. 

Por que é importante se vacinar?

A doença pode evoluir para sérias complicações de saúde e comprometer a qualidade de vida do paciente. Uma das complicações mais comuns é a neuralgia pós-herpética.  Essa condição afeta até 30% dos pacientes e é caracterizada por intensa dor no local da lesão. 

Outra possível complicação é a manifestação nos olhos do herpes-zóster, em até 25% dos pacientes, que pode prejudicar a visão e, em casos raros, levar à perda. 

Outras possíveis complicações são: 

  • Infecção secundária das erupções do herpes zoster
  • herpes zoster ótico – também conhecido como síndrome de Ramsay Hunt, ocorre quando o vírus infecta o nervo facial
  • herpes zoster oftálmico – ocorre quando o vírus infecta os nervos afetados ao redor do olho
  • Complicações no sistema nervoso central e periférico
  • Complicações cardiovasculares
  • Impacto negativo na qualidade de vida

A vacina não só é capaz de proteger contra o vírus, como também previne a dor crônica, que pode permanecer mesmo após as lesões terem cicatrizado. 

Fonte: Roberto Debski, médico clínico geral

Referências: SBIM, GSK

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