
Insulina basal: o que é, para que serve, como medi-la e mais
Fernanda Lima

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e tem como objetivo controlar o nível de glicose (açúcar) no sangue, além de fornecer energia ao organismo. Por essa razão, é aplicada em forma de medicamento, quando necessária. Mas, você sabia que existem diferentes tipos de insulina? Neste conteúdo, falaremos sobre a insulina basal, que é importantíssima para o equilíbrio do nosso organismo.
O que é a insulina basal?
Quando ouvimos o termo insulina, é comum pensarmos que o corpo produz apenas um tipo do hormônio. Na verdade, existem duas versões da insulina, cada qual uma função diferente. São elas:
- Gotas contínuas, conhecidas como insulina basal, que permanecem em níveis baixos no sangue durante todo o tempo. Além disso, o organismo a fabrica mesmo quando não há a ingestão de alimentos.
- Grandes quantidades de insulina, chamadas de bolus, que são liberadas quando há aumento de açúcar no sangue, geralmente após as refeições.
Qual a importância da insulina basal?
Basicamente, ela é responsável por manter os níveis de glicose no sangue em jejum dentro da normalidade. Ou seja, a insulina basal ajuda a controlar a glicemia ao longo do dia e da noite, fornecendo uma base para o controle da glicose no sangue.
É diferente da bolus, que é excretada como resposta à ingestão de alimentos e ajuda a controlar a glicemia pós-prandial (após as refeições).
Afinal, porque é importante medir?
O aumento do nível de insulina no sangue pode ser o reflexo de diversas condições de saúde, desde resistência até uma produção exagerada. Por exemplo, a insulina atinge os níveis mais altos no sangue quando o corpo produz mais do que o necessário.
Isso pode acontecer por dois motivos, de acordo com Fernanda Bolfi, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional (SP):
- Quando há um desbalanço entre o aumento da produção de insulina sem preceder a elevação da glicose. Por exemplo, quando existe um tumor produtor de insulina (insulinoma).
- Se existe uma barreira na entrada da insulina nas células (resistência insulínica), mediada pelo excesso de peso. Nesse caso, o pâncreas precisa secretar cada vez mais insulina para vencer essa resistência. É o quadro inicial do diabetes mellitus tipo 2.
Sintomas da insulina basal alta
De forma isolada, a elevação da insulina basal não causa sintomas. No entanto, se houver aumento da insulina causado pelo aumento da glicemia, pode levar a ganho de peso, fome constante, agitação e cansaço. Por outro lado, se a elevação da insulina não está relacionada ao aumento da glicemia, pode ocorrer hipoglicemia.
Sintomas da insulina basal baixa
A queda na quantidade de insulina basal está associada à redução da sua produção pelo pâncreas. Portanto, os sintomas serão os da hiperglicemia. São eles: sede, vontade de urinar com mais frequência, visão turva, perda de peso, fadiga, entre outros.
Exame de insulina basal: o que é, quem deve fazer e os valores de referência
Para descobrir os níveis de insulina basal no organismo, é necessário realizar um exame de sangue. Todavia, a dosagem isolada da insulina não deve ser considerada. Ou seja, a análise deve ser feita dentro de um contexto clínico e de acordo com os valores de glicose, principalmente no diagnóstico de doenças como o diabetes.
Dessa forma, a recomendação antes da coleta é estar em jejum de 8 horas (não mais do que 14 horas) e não ter realizado esforço físico. Os valores de referência da insulina basal (em jejum) são de 2 a 13 mU/L.
Tratamento do diabetes: indicações
Quando falamos em tratamento para o diabetes, a indicação de aplicar insulina basal depende do tipo da doença. Dessa forma, pessoas com diabetes tipo 1 precisam tanto dela quanto da bolus. Entretanto, o tratamento do diabetes tipo 2 é variável.
Em alguns casos, por exemplo, pacientes com a condição só precisam de injeções de insulina basal, já que o pâncreas ainda fornece insulina necessária para as refeições. Dessa forma, uma aplicação diária, antes de dormir, costuma ser suficiente.
Entretanto, outras pessoas necessitam de insulina basal e bolus, com objetivo de controlar a glicemia em diferentes momentos do dia. Por fim, algumas pessoas não precisam de injeções de insulina.
Fonte: Fernanda Bolfi, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP.
Referências: Liga interdisciplinar de Diabetes (UFRGS e Hospital de Clínicas de Porto Alegre).
Mais sobre Cronicidades


Problemas para dormir? Estudo relaciona a qualidade do sono com condições crônicas

Otosclerose: entenda a doença que causou perda de audição em Adriane Galisteu

Amputação do reto: como funciona cirurgia feita por Preta Gil?

Cardiopatia congênita: o que é, tipos, sintomas e diagnóstico
